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Resgate só depois dos votos

Madeirenses vão saber quanto devem a 9 de Outubro, mas não como vão pagar


O plano de estabilização financeira para a Região Autónoma da Madeira só vai ser conhecido depois das eleições. A garantia foi dada ontem por fonte do gabinete do primeiro-ministro, que justificou a data com a condição de ser discutido com o "novo Governo eleito". A mesma fonte reiterou, contudo, que a auditoria às contas da Região vão ser conhecidas até ao final do mês. Ou seja, os madeirenses vão votar sabendo o que devem, mas desconhecendo por completo os sacrifícios com que a vão pagar, ao contrário do que aconteceu nas legislativas, em que o memorando com a 'troika' foi assinado por três partidos: PS, PSD e CDS:
Há uma semana, Pedro Passos Coelho afirmou na Assembleia da República que não só seria conhecida até ao final do mês a real situação económica da Madeira, como também o programa de ajustamento macroeconómico.

Passos volta atrás
O primeiro-ministro respondia a uma pergunta de Francisco Louçã assegurando não olhar para a Região com "olhos partidários". Passos Coelho afiançou também que a ajuda do Estado à Região não é "um bónus, mas um ónus". E foi mais longe, dizendo que "o programa de ajustamento financeiro trará muitas dificuldades" aos madeirenses e aos Governo Regional "que terão de pagar" a dívida. Nessa altura, Passos Coelho disse que a "situação da Madeira não causava embaraço", em resposta a uma provocação do bloquista, mas já esta semana, depois de conhecer a "dívida escondida" pelo executivo de Alberto João Jardim, admitiu, em entrevista à RTP, "um imenso desconforto" causado pela situação.

O DIÁRIO tentou ontem perceber qual a calendário previsto pelo Ministério das Finanças sobre esta matéria em termos de levantamento e também de divulgação de resultados, mas o gabinete de imprensa de Vítor Gaspar remeteu para as últimas declarações do ministro e revelou que a situação estava a ser gerida directamente pelo gabinete do primeiro-ministro.

A oposição madeirense está unida nesta questão. Da direita à esquerda, os partidos tem-se batido para que os sacrifícios sejam conhecidos antes das eleições, de forma a que o eleitorado esteja esclarecido sobre o futuro no momento da escolha.

Em paz com todos
Alberto João Jardim disse ontem esta quarta-feira que não entrará em "atritos" com o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, pelo facto deste ter decidido não marcar presença na campanha eleitoral na Madeira.

"Se a comunicação social pensa que vai criar qualquer atrito entre mim e o primeiro-ministro está enganada, eu não entro nesse jogo porque compete-me também defender os interesses da República portuguesa", disse Jardim em declarações à Agência Lusa e à TVI.
Adiantou ainda que o mesmo princípio se aplicava a Cavaco Silva.

"Aplica-se ao senhor Presidente da República o mesmo que eu disse em relação ao primeiro-ministro, é escusado que não entro em polémicas públicas, nem com o Presidente da República, nem com o primeiro-ministro, o que eu tiver de lhes dizer, direi pessoalmente", adiantou.

Salientou ser seu hábito "não responder em público" quando confrontado se tinha ou não gostado de ouvir Pedro Passos Coelho dizer que não vinha à Madeira para "não caucionar" a política da Região: "Eu não tenho que dizer se gostei ou não, é cá comigo nem é meu hábito, nos últimos anos, entrar em conflito público com companheiros de partido, infelizmente no continente há pessoas que não têm tido essa ética para comigo".

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