Legislativas - Cinco dias e muitas dúvidas para fechar as listas do PS
20.07.2009 - 09h43 Leonete Botelho in Público
É o corrupio final da elaboração das listas do PS às legislativas. Quando, na sexta-feira à noite, a comissão política nacional se reunir para fechar as suas listas de candidatos a deputados às eleições de 27 de Setembro, muitos serão os insatisfeitos e outros respirarão de alívio.Neste momento, ainda estão por resolver os pontos mais difíceis, como os cabeças de lista pelo Porto, Coimbra e Braga e a ordenação da maior de todas, Lisboa. E se a maior parte das distritais espera com paciência que José Sócrates indique o seu número um, Viana do Castelo bate o pé: quota do secretário-geral só em segundo lugar.Rui Solheiro não espera ver de novo Luís Amado em primeiro lugar na lista de Viana. Ao PÚBLICO, este autarca e presidente da federação considera que a quota da direcção nacional está preenchida com o número dois, Defensor Moura. Para o primeiro nome afirma ter "boas soluções com gente da região".Enquanto uns levantam problemas a Sócrates, outros tentam ajudar a resolver imbróglios. Vítor Ramalho, presidente da federação de Setúbal, há meses que convidou o ministro Vieira da Silva, coordenador das campanhas eleitorais do PS, para encabeçar a lista no distrito. "É uma tradição nossa ter uma personalidade do secretariado: já foi Jorge Coelho e António Vitorino, agora seria uma grande surpresa se Vieira da Silva não aceitasse", afirma ao PÚBLICO.Braga presa por SeguroO que Ramalho não diz é que isso ajudaria a resolver o nó da lista de Braga, onde há quatro anos Vieira da Silva foi em segundo lugar, atrás de António José Seguro. Na capital do Minho, Seguro é o candidato preferido e isso já foi transmitido ao próprio Vieira da Silva. Mas tanto este dirigente como José Sócrates sabem que não manter Seguro como cabeça de lista em Braga teria uma leitura política negativa: seria tentar cortar a voz no Parlamento a um putativo sucessor de Sócrates. O presidente da distrital, Joaquim Barreto, não quer guerras: "Quem decide o número um é a direcção nacional, mas acredito que será resolvido a contento de todos."Do Porto e de Coimbra vem um silêncio ensurdecedor. Se os dirigentes distritais, Renato Sampaio e Vítor Baptista, remetem tudo para os próximos dias, certo é que os cabeças de lista não serão os mesmos de 2005. No Porto, Braga da Cruz não volta a recandidatar-se e deixa em aberto o primeiro lugar. Candidatos não faltam: Teixeira dos Santos tem sido o nome mais falado, mas é também pela Invicta que concorrem nomes como Alberto Martins, Augusto Santos Silva, José Lello, José Magalhães, todos próximos do secretário-geral. Uma hipótese é um deles concorrer por Coimbra, como Alberto Martins, o histórico líder da Associação Académica de 1969. Em 2005, a cabeça de lista foi Matilde Sousa Franco, que muito provavelmente não volta a ser candidata.Xadrez incompletoEm Lisboa, Jaime Gama deve manter-se como número um, mas o resto da lista é um xadrez incompleto. Manuel Alegre, antigo número dois, já disse que não volta a candidatar-se. Jorge Coelho, Ferro Rodrigues ou Leonor Coutinho são outras cartas fora do baralho (a última, vítima da proibição de duplas candidaturas). Lugares que chegam para colocar nomes como João Tiago Silveira, Duarte Cordeiro (JS) ou Maria Manuela Augusto (Mulheres Socialistas), além de manter Maria de Belém, João Soares ou Vera Jardim. Há quatro anos, Lisboa elegeu 23 deputados, o que significa que, mesmo em perda, há cadeiras para muita gente.Leiria é disputada por dois ministros: Alberto Costa foi o cabeça de lista em 2005 e poderia repetir, mas nos últimos dias o nome de Ana Jorge tem vindo a ganhar balanço. A Guarda, por outro lado, viu sair Pina Moura, pelo que o seu lugar como cabeça de lista pode sempre ser indicado pela quota nacional. Idália Moniz tem sido vista muitas vezes por lá e pode "migrar" de Santarém para a Beira Alta.Em Santarém, a lista de 2005 era encabeçada por dois notáveis do partido, Jorge Lacão e Vitalino Canas, mas há quem pense que o antigo porta-voz possa não se recandidatar. Santarém seria assim um distrito apetecível, já que outros três eleitos são candidatos a autarquias. Incógnita é também Aveiro, onde Manuel Pinho se estreou há quatro anos. Voltará?José Sócrates irá, como sempre, por Castelo Branco e esta pode ser a lista com menos novidades: Fernando Serrasqueiro, Hortense Martins e Valter Lemos deverão manter-se nos lugares elegíveis. Pedro Silva Pereira volta a concorrer por Vila Real e Carlos Zorrinho por Évora. Viseu, Bragança e Portalegre também deverão ser pacíficos, com as recandidaturas de José Junqueiro, Mota Andrade e Miranda Calha.
É o corrupio final da elaboração das listas do PS às legislativas. Quando, na sexta-feira à noite, a comissão política nacional se reunir para fechar as suas listas de candidatos a deputados às eleições de 27 de Setembro, muitos serão os insatisfeitos e outros respirarão de alívio.Neste momento, ainda estão por resolver os pontos mais difíceis, como os cabeças de lista pelo Porto, Coimbra e Braga e a ordenação da maior de todas, Lisboa. E se a maior parte das distritais espera com paciência que José Sócrates indique o seu número um, Viana do Castelo bate o pé: quota do secretário-geral só em segundo lugar.Rui Solheiro não espera ver de novo Luís Amado em primeiro lugar na lista de Viana. Ao PÚBLICO, este autarca e presidente da federação considera que a quota da direcção nacional está preenchida com o número dois, Defensor Moura. Para o primeiro nome afirma ter "boas soluções com gente da região".Enquanto uns levantam problemas a Sócrates, outros tentam ajudar a resolver imbróglios. Vítor Ramalho, presidente da federação de Setúbal, há meses que convidou o ministro Vieira da Silva, coordenador das campanhas eleitorais do PS, para encabeçar a lista no distrito. "É uma tradição nossa ter uma personalidade do secretariado: já foi Jorge Coelho e António Vitorino, agora seria uma grande surpresa se Vieira da Silva não aceitasse", afirma ao PÚBLICO.Braga presa por SeguroO que Ramalho não diz é que isso ajudaria a resolver o nó da lista de Braga, onde há quatro anos Vieira da Silva foi em segundo lugar, atrás de António José Seguro. Na capital do Minho, Seguro é o candidato preferido e isso já foi transmitido ao próprio Vieira da Silva. Mas tanto este dirigente como José Sócrates sabem que não manter Seguro como cabeça de lista em Braga teria uma leitura política negativa: seria tentar cortar a voz no Parlamento a um putativo sucessor de Sócrates. O presidente da distrital, Joaquim Barreto, não quer guerras: "Quem decide o número um é a direcção nacional, mas acredito que será resolvido a contento de todos."Do Porto e de Coimbra vem um silêncio ensurdecedor. Se os dirigentes distritais, Renato Sampaio e Vítor Baptista, remetem tudo para os próximos dias, certo é que os cabeças de lista não serão os mesmos de 2005. No Porto, Braga da Cruz não volta a recandidatar-se e deixa em aberto o primeiro lugar. Candidatos não faltam: Teixeira dos Santos tem sido o nome mais falado, mas é também pela Invicta que concorrem nomes como Alberto Martins, Augusto Santos Silva, José Lello, José Magalhães, todos próximos do secretário-geral. Uma hipótese é um deles concorrer por Coimbra, como Alberto Martins, o histórico líder da Associação Académica de 1969. Em 2005, a cabeça de lista foi Matilde Sousa Franco, que muito provavelmente não volta a ser candidata.Xadrez incompletoEm Lisboa, Jaime Gama deve manter-se como número um, mas o resto da lista é um xadrez incompleto. Manuel Alegre, antigo número dois, já disse que não volta a candidatar-se. Jorge Coelho, Ferro Rodrigues ou Leonor Coutinho são outras cartas fora do baralho (a última, vítima da proibição de duplas candidaturas). Lugares que chegam para colocar nomes como João Tiago Silveira, Duarte Cordeiro (JS) ou Maria Manuela Augusto (Mulheres Socialistas), além de manter Maria de Belém, João Soares ou Vera Jardim. Há quatro anos, Lisboa elegeu 23 deputados, o que significa que, mesmo em perda, há cadeiras para muita gente.Leiria é disputada por dois ministros: Alberto Costa foi o cabeça de lista em 2005 e poderia repetir, mas nos últimos dias o nome de Ana Jorge tem vindo a ganhar balanço. A Guarda, por outro lado, viu sair Pina Moura, pelo que o seu lugar como cabeça de lista pode sempre ser indicado pela quota nacional. Idália Moniz tem sido vista muitas vezes por lá e pode "migrar" de Santarém para a Beira Alta.Em Santarém, a lista de 2005 era encabeçada por dois notáveis do partido, Jorge Lacão e Vitalino Canas, mas há quem pense que o antigo porta-voz possa não se recandidatar. Santarém seria assim um distrito apetecível, já que outros três eleitos são candidatos a autarquias. Incógnita é também Aveiro, onde Manuel Pinho se estreou há quatro anos. Voltará?José Sócrates irá, como sempre, por Castelo Branco e esta pode ser a lista com menos novidades: Fernando Serrasqueiro, Hortense Martins e Valter Lemos deverão manter-se nos lugares elegíveis. Pedro Silva Pereira volta a concorrer por Vila Real e Carlos Zorrinho por Évora. Viseu, Bragança e Portalegre também deverão ser pacíficos, com as recandidaturas de José Junqueiro, Mota Andrade e Miranda Calha.
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