Governo aumenta vagas dos programas Inov Jovem e Inov Contacto

Sócrates mostrou-se ainda satisfeito com últimos dados do INE sobre o desempenho da economia, que apontam para um crescimento de dois por cento no quarto trimestre
O Governo vai reforçar o número vagas e os investimentos nos programas de estágios profissionais para jovens e criar um novo programa para gestores especializados até aos 35 anos, anunciou esta segunda-feira o primeiro-ministro, José Sócrates.
No dia em que o PS assinalou três anos de maioria absoluta, o chefe do Governo levou ao Pavilhão de Portugal, no Parque das Nações, o anúncio de novos objectivos para os programas Inov Jovem, para estágios em Portugal, e Inov Contacto, destinado à realização de estágios no estrangeiro. São em número de três mil os jovens que o Governo quer abranger, este ano, no Inov Jovem. Para o Inov Contacto está previsto um aumento de 350 vagas. O Executivo tenciona, ainda, instituir um novo programa denominado Vasco da Gama, que abrirá 50 vagas para gestores especializados. Uma medida anunciada pelo ministro da Economia, Manuel Pinho, no arranque da cerimónia do Parque das Nações. A criação dos programas Inov Jovem e Inov Contacto ficou decidida no primeiro Conselho de Ministros presidido por José Sócrates, em Março de 2005. O primeiro-ministro considera “um sucesso” a primeira medida legislativa tomada pelo Governo socialista. “Nós escolhemos este programa para assinalar os três anos de governação porque, de certa forma, diz tudo sobre o que queremos para o nosso país”, afirmou o primeiro-ministro em directo para o Jornal da Tarde, aludindo ao Inov Jovem. “Este programa destina-se a colocar nas pequenas e médias empresas jovens licenciados em gestão ou tecnologia por forma a aumentar as qualificações das empresas, mas destina-se também a dar oportunidades aos jovens”, salientou José Sócrates. “E o dever do Estado é esse: não é tratar da vida a ninguém, é dar mais oportunidades às pessoas e em particular aos jovens, para que possam realizar o seu potencial”. Questionado sobre a realidade do desemprego entre os jovens licenciados, o primeiro-ministro preferiu salientar o que disse ser o esforço do Governo para “dar mais oportunidades”. “Hoje decidimos quase duplicar o número de ofertas para estes programas, que correram bem. Nós demos oportunidades a mais quatro mil jovens que não existiam no passado”, disse Sócrates, sem deixar de reconhecer que “há muita gente a enfrentar dificuldades”. “Estamos a fazer tudo para dar mais oportunidades, apostando em duas áreas: em primeiro lugar no crescimento da nossa economia, porque isso é fundamental para responder aos problemas de emprego, mas, por outro lado, também nas qualificações dos portugueses”. O primeiro-ministro destacou, depois, o programa Novas Oportunidades, que reuniu já 360 mil inscrições. Números dos programas Ao Inov Jovem concorreram 5.600 jovens para uma oferta inicial de mil estágios em Maio de 2005. Já o Inov Contacto recebeu um total de 4.379 inscrições para 500 vagas. Dados deste mês sobre Inov Jovem revelam que foram já abrangidos 4.634 jovens, dos quais 4.416 acabaram integrados no mercado de trabalho. Quanto ao Inov Contacto, são já 548 os estágios atribuídos, 85 dos quais continuam a decorrer. O número de jovens integrados no mercado de trabalho ascende a 213 – 112 em empresas estrangeiras e 101 em Portugal. Os estágios do Inov Contacto decorreram em Espanha (15 por cento), EUA (13 por cento), China (11 por cento), Reino Unido (nove por cento), Brasil (7,5 por cento), Alemanha (cinco por cento), França (cinco por cento) e outros países (34,5 por cento).
Carlos Santos Neves, RTP

Comentários

il _messaggero disse…
Conheço madeirenses que estão/estiveram no CONTACTO e as impressões são/foram as melhores...

Mas a grande questão é que estes programas estão muito voltados para a gestão/economia e novas tecnologias, não combatendo o grande problema de fundo do desemprego entre os jovens licenciados. A oferta universitária em Portugal está desfasada e mal orientada, sendo que muitos dos desempregados com canudo actuais são pessoas das áreas humanísticas. Claro que a escolha do curso é pessoal e acarreta consequências futuras, mas os sucessivos erros e experiências feitas na educação ao longo destes mais de 30 anos de poder [pelos partidos do bloco central onde também se inclui o PS], são em grande medida responsáveis por esta situação.

Pode haver várias áreas cinzentas na sua governação, mas niniguém pode negar que Sócrates, bem ou mal, tem um projecto para o país e que este passa em grande parte, pelo incentivo e desenvolvimento de competências no sector das novas tecnológias...

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