O DOM DA UBIQUIDADE DE JAIME RAMOS

Jaime empresário contra Jaime deputado do PSD
líder parlamentar vai votar a favor das empresas das águas e lixos, que a assicom rejeita

Data: 16-01-2009
Jaime Ramos, presidente da Associação da Indústria e da Construção (ASSICOM), é totalmente contra as propostas do Governo Regional para gestão de resíduos e águas. Isso mesmo deixou claro num parecer enviado à comissão especializada de Recursos Naturais e Ambiente. Jaime Ramos, deputado, é naturalmente favorável aos diplomas do Governo Regional, sejam eles quais forem. Na próxima semana, a bancada do PSD-M vai aprovar um pacote legislativo do Governo que cria várias empresas para gerir águas e resíduos. O grupo parlamentar 'laranja', como habitualmente, vai dar o seu voto favorável a esta iniciativa da Secretaria Regional do Ambiente e Recursos Naturais, mas o líder da bancada está numa posição incómoda. ASSICOM em "desacordo total"O GR, como já foi noticiado, pretende criar um sistema de gestão de resíduos, águas residuais, águas de regadio e água potável que será gerido por várias empresas de capitais totalmente públicos, envolvendo a Região e as autarquias.Os vários diplomas, que alteram todo o funcionamento de organismos como a IGA e a Valor Ambiente, deram entrada no parlamento antes do Natal e baixaram à 3ª comissão especializada que pediu pareceres aos parceiros sociais.A ASSICOM, presidida pelo líder parlamentar e secretário-geral do PSD-M, foi uma das entidades contactadas e a sua posição não poderia ser mais desfavorável.No parecer enviado ao parlamento, assinado pelo próprio Jaime Ramos, a associação diz que "no actual quadro socioeconómico, não faz sentido a Região não proceder à privatização da exploração da gestão das águas residuais" e que, ao contrário do que "seria legítimo e lógico, se esteja a concentrar no sector público uma área que é da exploração privada". O desacordo estende-se à criação de uma empresa de gestão do regadio que, segundo a associação, não vai melhorar o serviço prestado. As críticas mais duras são dirigidas à empresa pública que vai explorar o sistema intermunicipal de distribuição de água e saneamento básico. A exclusividade dada a esta empresa, de capitais 100% públicos, é um princípio que a ASSICOM considera não ser próprio de uma economia de mercado onde "pretensiosamente a Região se enquadra", mas sim "próprio de economias planificadas, em desuso no mundo actual". O texto termina com uma conclusão: o sistema proposto pelo Governo Regional "prejudica a população em geral e contraria algumas das modernas tendências e obrigações recomendadas na Comunidade". in Diário de Notícias Jorge Freitas Sousa

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