Santos Silva na Madeira em solidariedade com o PS-M

08.04.2008, Leonete Botelho, Público

É enquanto membro do secretariado nacional do PS que o ministro dos Assuntos Parlamentares, Augusto Santos Silva, vai à Madeira para participar nas comemorações do 25 de Abril, Dia da Liberdade, num "gesto de solidariedade" para com as estruturas regionais do partido.
Um gesto anunciado ontem pelo próprio em conferência de imprensa, na sede do PS, no Largo do Rato, em Lisboa, depois de questionado sobre se os órgãos nacionais socialistas tomaram posição sobre o polémico elogio do presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, ao "exemplo supremo na vida democrática" Alberto João Jardim."
O PS não se pronuncia sobre declarações de órgãos institucionais", respondeu Santos Silva, mas deixando claro que o secretariado estava ao lado dos socialistas da Madeira, mesmo no voto de protesto que esta estrutura fez aprovar após as declarações do socialista Jaime Gama: "A actividade liderada pelo PS-Madeira enquanto força de oposição na região conta com a solidariedade dos órgãos nacionais do partido."E, de facto, como deu conta, o secretariado preferiu virar espingardas contra o PSD, nacional e madeirense.
"É um partido troca-tintas", afirmou Santos Silva, depois de ter sublinhado a contradição de Luís Filipe Menezes, "presidente de um partido que na sexta-feira, no Parlamento, era o paladino da liberdade de imprensa e no domingo participava num congresso que decorreu quase todo à porta fechada, porque o líder do PSD-Madeira não acredita na isenção dos jornalistas"."É um partido-ziguezague, que se afirma disposto a defender uma autonomia sem limites para as regiões autónomas, mas ainda não apresentou uma proposta de revisão do estatuto político-administrativo para a Madeira", acrescentou Santos Silva.
E guardou ainda uma farpa para os "ataques inqualificáveis ao PS" feitos no encerramento do congresso do PSD-Madeira, quando Alberto João Jardim se referiu ao primeiro-ministro como "aquele engenheiro que fez aquelas casas com uns azulejos horríveis". "Quem derrapa para ataques pessoais revela a vacuidade das suas propostas políticas", considerou.
Na sua reunião de ontem, o secretariado socialista definiu também os seus calendários internos, tendo em vista o ano eleitoral que se avizinha em 2009. Assim, as eleições directas para secretário-geral têm realização prevista para o início de Fevereiro de 2009, devendo o congresso nacional decorrer antes do fim desse mês, uma derrapagem de três meses face ao calendário normal que é justificada pela necessidade de "mobilização" para as campanhas eleitorais que se seguirão.Já as eleições e os congressos das federações distritais socialistas terão lugar no próximo mês de Novembro. Santos Silva não comentou os elogios de Jaime Gama a Jardim, mas ficou claro que não concorda com eles.

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