Coligação ‘Mudança’ aposta em formada em Economia para ‘vice’ da CMF Filipa Jardim Fernandes é a escolha de Paulo Cafôfo, cabeça-de-lista da coligação ‘Mudança’, apoiada pelo PS, BE, ... PND, MPT, PTP e PAN, às eleições Autárquicas de 29 de Setembro, para número dois da Câmara Municipal do Funchal, ou seja para vice-presidente, ficando com os pelouros das Finanças e Turismo. Aos 46 anos, Filipa Jardim Fernandes, formada em Economia na Universidade Católica P - Lisboa e directora de operações de todas as empresas do Grupo Dorisol (Dorisol, Florasol, Enasol, Levisol e Dorilimpa), aceitou o convite de Cafôfo por cinco razões: independência, mudança, proximidade, vontade e coerência. E passa a explicar. “É uma equipa que é apoiada por seis partidos e que assume um carácter independente. A maior parte dos elementos que a integram nunca tiveram filiações partidárias e sempre defenderam um pensamento livre, não amarrado a clichés ou pressões de qualquer espécie. Esta equipa é já um esf
Comentários
Dá muito que pensar....
Paulo Gomes
Dossier
Data: 12-04-2008
É por vezes interessante ver o Dossier de Imprensa, um programa da RTP-M que passa à quinta-feira. Com quatro jornalistas e o moderador da RTP, estes discutem e opinam sobre alguns assuntos da semana ou da quinzena. Como não poderia deixar de ser, o mau tempo, o congresso do PSD e os trabalhos na Assembleia foram destaques no programa de ontem.
Presumivelmente, estão representadas as publicações mais importantes da nossa Comunicação Social. Os jornalistas defendem os pontos de vista, as notícias publicadas e os factos ocorridos. Pelo menos, pensar-se-ia assim para todo o painel. Mas quando chega a vez do jornalista Marsílio, do Jornal da Madeira, o telespectador pensa que está na presença de algum membro do Governo Regional ou, salvo outra interpretação, algum assessor de imprensa do Executivo. Ele defende com unhas e dentes tudo o que é laranja, tudo o que é Governo, tudo o que é PSD. Às vezes fala como se fizesse parte do "aparelho" governativo, governo ou autarquia. É, sem dúvida, o elo mais fraco do painel do programa. Sem dúvida que tem uma posição ingrata, ainda mais ingrata do que a posição dos jornalistas do JM que não vão ao programa.
E o ridículo de ontem, ao considerar ridícula a proposta do PND para a estátua de Jardim, demonstra o poder de encaixe nulo que este comentador tem. Talvez só ele não perceba a ironia da proposta ou, por milagre que a própria razão desconhece, não conseguiu compará-la com a verificação do estado de saúde mental que o PSD pediu para um deputado. Engraçado que, à semelhança de outros colegas de programa, não conseguiu ver o ridículo da emergência do elogio a Jardim nem o ridículo em que cai uma Assembleia quando lá se passam coisas destas. Uma casa onde, essencialmente, há que ter um bom guarda-roupa.
O deputado que quer ver Jardim em estátua
LÍLIA BERNARDES, Funchal
Projecto já estava anunciado. Agora também há desenho
Deu nas vistas na última campanha eleitoral da Madeira com a sua campanha jocosa visando o presidente do Governo Regional, Alberto João Jardim - e conseguiu ser eleito deputado para o Parlamento do Funchal. Agora volta a saltar para a ribalta com uma proposta - igualmente jocosa - de construção de uma estátua ao líder madeirense, que ocupa há três décadas o poder. E junta-lhe um esclarecedor desenho, da autoria do seu amigo Eduardo Welch, que o DN revela agora, em primeira mão.
Baltasar de Carvalho Machado Gonçalves de Aguiar nasceu a 22 de Maio de 1964. Casado, pai de duas meninas e com um terceiro filho a caminho, leva os seus quase 44 anos de uma forma meio anarca. Reconhece que nunca se sentiu próximo da democracia- -cristã, embora por lá tivesse passado. Adora divertir-se. Rir. Jogar com as palavras conhecendo--lhes os efeitos. O nome é longo e marca uma das famílias mais conhecidas do Funchal. O pai, Baltasar Gonçalves, advogado, foi o fundador do CDS na Madeira e deputado no primeiro parlamento regional. É cunhado de Manuel Monteiro mas ganhou identidade própria. Inteligente e repentino, não consegue esconder a rebeldia da adolescência que ainda lhe define os traços.
Eleito nas eleições antecipadas de 6 de Maio de 2007, em que se apresentou aos eleitores com o slogan "Vamos podar o Jardim", é deputado único do Partido da Nova Democracia. Trouxe a novidade ao fazer-se acompanhar na campanha por um actor que interpretou a personagem "Manuel do Bexiga". Inesquecível.
E não poupa críticas ao presidente do Governo Regional. "O português gosta de sentir um líder que mantém a ordem em todas as partes do território nacional. Sócrates, com esta atitude, capitaliza imensos votos, dando uma imagem de Estado e de absoluta intransigência nacional para os disparates regionais. E Jardim também. Em Lisboa diz-se: "Temos um homem que defende todas as parcelas do ex-império". Na Madeira diz-se: "Temos um homem que se impõe e não se verga ao Continente." Eis a relação perfeita sob o ponto de vista político. E isto irrita-me porque o problema social na Madeira agrava-se de dia para dia", afirma ao DN.
Da lista retira, para exemplo, "os 80 mil pobres, o escandaloso insucesso escolar." E conclui: para os governantes de Lisboa, "Alberto João Jardim is our guy in Madeira Viu-se agora com Jaime Gama e ver--se-á para a semana com o Presidente da República".
Quanto ao futuro mais longínquo, Baltasar Aguiar considera que a ilha acabará por resistir à crise. Nem o desemprego galopante terá efeitos porque "subemprego sempre houve na Madeira e os madeirenses sempre sobreviveram com muito pouco. Não será a crise económica que irá alterar os resultados eleitorais na região", conclui.
O deputado da Nova Democracia assegura que só recorre ao registo humorístico quando sabe de antemão que "isso pode servir como arma política". Tem-lhe acontecido com frequência no parlamento regional. Recentemente, defendeu no hemiciclo do Funchal que a Assembleia desse conhecimento às Nações Unidas do voto de congratulação do PSD/Madeira pelos 30 anos de mandato de Jardim. Motivo? "O ridículo mata. A proposta do PSD/M é um disparate. Bastava homenagear o presidente do Governo sem o recurso a prosa digna da China Popular. Ao dizer-se que "a minoria ainda não interiorizou quanto erradas são as suas políticas" até parece que nos querem enviar para um campo de reeducação."
A proposta de construção de uma estátua de Jardim "com cerca de 50 metros de altura" à entrada do porto do Funchal insere-se nesta lógica de fazer oposição. A resolução entregue na Assembleia Legislativa da Madeira prevê que a estátua "seja concebida de forma a possuir uma escada interior que permita aos visitantes a subida até à altura da cabeça dessa obra de arte, de onde poderão observar a baía e a mui nobre cidade do Funchal, através dos olhos do seu amado líder". E "que na base do pedestal sejam colocadas pequenas rodas em aço, como nos antigos moinhos da ilha do Porto Santo, ligadas por correias transmissoras a um mecanismo propulsor interno, que permita que a estátua acompanhe o movimento do sol, como fazem os girassóis".
Com ele, a oposição parlamentar reanimou. E, embora alguns se irritem, até por vezes consegue despertar sorrisos na bancada do PSD.