JÁ ERA ASSIM ANTES DA CRISE!


Madeira com os mais baixos rendimentos médios do país
Estudo de docente do ISEG aponta para 32 por cento de pobres na Região, em 2000
Os madeirenses apresentaram ao longo dos anos 90 os mais baixos rendimentos médios de todo o país. A conclusão está clara num estudo de Carlos Farinha Rodrigues, professor do ISEG e assessor do Instituto Nacional de Estatística nas áreas da distribuição do rendimento e das famílias. Esse estudo vai fundamentar a intervenção, que Edgar Silva vai fazer hoje à noite, no jantar de aniversário do partido. O documento, 'Distribuição do Rendimento, Desigualdade e Pobreza - Portugal nos anos 90', dá também conta da elevada incidência de pobreza na Região, ainda que com uma diminuição significativa entre o início e o fim do período em análise.No ano 2000, o rendimento médio nacional foi de 8.937 euros, enquanto na Madeira o valor não foi além dos 6.831 euros. Isso significa que o rendimento médio dos madeirenses situou-se nos 76,4 por cento da média nacional. A região que se seguiu à Madeira foi a dos Açores, ainda assim, com um rendimento médio 441 euros superior ao madeirense. Já no que respeita à distribuição do rendimento, a Região conseguiu, ao longo dos anos 90, tornar-se mais equitativa. No início da década, o índice de Gini (de 0 a 1 - 0 corresponde à igualdade absoluta e 1 à desigualdade absoluta) situava-se nos 0,4098, bem acima da média nacional, que era de 0,3169. Já no ano 2000, esse índice até foi dos mais baixos do país. Fixou-se nos 0,3200, enquanto a média nacional foi de 0,3481, muito influenciada pela região de Lisboa e Vale do Tejo, que ascendeu a 0.3624. Açores e Madeira lideram pobrezaA Madeira, que em 1989 tinha o maior índice de pobreza nacional, 51,3 por cento, conseguiu fazer baixar esse indicador, de forma bastante mais significativa do que o resto do país, e ficar mais abaixo do que os Açores, no ano 2000. Ainda assim, bastante à frente da primeira região continental, o Algarve. Nesse ano, a Madeira tinha 32,1 por cento de pobres, os Açores 34,0 e o Algarve 23,7. "A análise da incidência da pobreza nas várias regiões confirma (...) que as regiões autónomas dos Açores e da Madeira são, simultaneamente, as regiões com menor rendimento médio e com maior incidência do fenómeno de pobreza. Embora a taxa de pobreza se tenha reduzido entre 1989 e 2000 de forma muito significativa nestas duas regiões insulares, quer nos Açores quer na Madeira continuam a apresentar em 2000 uma taxa de pobreza muito superior à do conjunto do país", refere o estudo de Carlos Farinha Rodrigues. No prefácio da publicação, Manuela Silva, à data presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz, escreveu: "Portugal tem conhecido ao longo de várias décadas taxas de crescimento económico positivo, mas não se tem verificado a lei de Kuznets, segundo a qual a desigualdade deveria reduzir-se à medida do crescimento económico alcançado. Ao invés, entre nós, a desigualdade na participação do rendimento vem crescendo e a pobreza material, por seu turno, oferece grande resistência à regressão".

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