Guiné-Bissau: responsável do Exército confirma morte de Presidente Nino Vieira

Forças militares atacaram a residência oficial do Presidente da Guiné-Bissau, Nino Vieira, tendo o chefe de Estado sido dado como morto às primeiras horas da manhã pelo responsável pelas relações exteriores do exército – sugerindo tratar-se de um acto de retaliação pelo atentado mortal, na véspera, contra o chefe de estado-maior das Forças Armadas do país.Em declarações à AFP, Zamora Induta disse que Nino Vieira foi “morto pelo exército quando tentava fugir” de sua casa, tendo sido “varrido por balas disparadas pelos soldados”.O ataque ao chefe de Estado guineense, que ocorreu às 4h00 da madrugada locais (a mesma hora em Portugal), foi conduzido por “um grupo de militares próximo do chefe de estado-maior das Forças Armadas de Bissau, Tagmé Na Waie”, precisou ainda aquele responsável militar, apontando Nino Vieira como um dos responsáveis pela morte de Tagmé”. O general Tagmé Na Waie morrera na noite de domingo, sucumbindo aos ferimentos sofridos num atentado à bomba ao quartel-general das Forças Armadas em Bissau. O número um militar guineense – crítico feroz de Nino Vieira – afirmara, em Janeiro passado, ter escapado a uma tentativa de assassinato, da qual responsabilizou directamente o clã presidencial. Disse então que o queriam “liquidar”.Nino Vieira, de 69 anos – e quase 23 à frente dos destinos do país –, disse há três meses ter sido alvo de um ataque conduzido durante a noite por um grupo de militares, durante o qual morreram dois membros da sua guarda presidencial. Nino foi reeleito em 2005, nove anos depois do fim da guerra civil (1998-1999) que o afastara do poder. Tagmé Na Waie, de resto, tinha integrado a junta militar que pusera então termo à liderança de Nino Vieira.Testemunhas ouvidas pela AFP relatavam que a residência oficial do Presidente da Guiné-Bissau estava esta manhã a ser alvo de pilhagens. “Vimos militares a tirar de lá de dentro tudo quanto podiam, os seus bens pessoais, mobiliário, tudo”, foi registado.A noite de ontem para hoje em Bissau foi marcada, de resto, por constante violência, desde o anúncio da morte de Tagmé Na Waie. Tiros de armas automáticas e disparos de rockets repetiram-se ao longo de toda a noite e pela madrugada dentro, em diferentes locais da capital guineeense – sobretudo em redor do quartel-general das Forças Armadas e na zona da residência oficial do Presidente. in Público

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