JORNAL DA MADEIRA-DELIBERAÇÃO DA ERC a) A observância de práticas não discriminatórias na distribuição, pelos diferentes órgãos de comunicação social, do investimento publicitário oriundo da Região Autónoma, medidas essas que se deverão pautar por critérios de equidade, de proporção e de transparência, em defesa do Governo Regional -,está a pôr em risco objectivo e grave a preservação de um quadro pluralistano subsector da imprensa diária; Instar o Governo Regional da Madeira a adoptar, no imediato, as providências necessárias e adequadas à supressão dos efeitos nefastos que a sua actuação tem produzido no subsector da imprensa diária da região tendo especialmente em vista: pluralismo político, económico e outros; b) A sujeição das suas intervenções na gestão da Empresa do Jornal da Madeira, enquanto seu sócio maioritário, aos princípios da transparência e proporcionalidade; c) A salvaguarda do pluralismo interno e da independência perante os poderes públicos, no que toca à orientação
Comentários
Miguel Fonseca
A revolta da água
Data: 12-04-2008
O que se passa em Santa Cruz a nível do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) e sobretudo o aumento escandaloso do preço da água pode originar uma verdadeira sedição municipal, um autêntico levantamento popular. Aumentos de 75 e 100 por cento não são próprios de um país europeu mas de governos do terceiro mundo. A Madeira não é o Zimbabué. Santa Cruz, a Camacha, Gaula, o Santo ou o Caniço são povoações e cidades europeias. Há quem pareça não ter percebido ainda isso. É preciso que a Câmara esclareça e recue. Desde já anuncio que, como munícipe, só apoiarei uma candidatura à Câmara Municipal de Santa Cruz que se comprometa a baixar os preços da água e a respeitar os consumidores e que, além disso, reexamine os preços do Imposto Municipal sobre imóveis. Há dias comemoramos a Revolta da Madeira, a revolta da farinha, a revolta do pão. Deus queira que daqui a algumas dezenas de anos não estejam os nossos filhos e os nossos netos a comemorar a "Revolta da Água"!.
Maximiano Martins
A variável Gama
Alberto João não é o alfa e o ómega da história da Madeira…
Data: 12-04-2008
Gama é a terceira letra do alfabeto grego. Recorre-se ao alfabeto grego nas ciências económicas e nas matemáticas para identificar certos factores ou variáveis. Gama pode servir para registar um determinado fenómeno aleatório, mal identificado, indeterminado, não quantificável. Vem isto a propósito das declarações, na Madeira, de Jaime Gama, açoriano, Presidente da Assembleia da República e fundador do Partido Socialista. Sinto que há algo de indecifrável nos elogios surpreendentes deste à anterior figura "bokassiana"... Daí o meu recurso à 'variável gama'. O assunto teve enorme repercussão nacional. Ainda bem que assim foi. Desse ponto de vista algo mudou na luta dos democratas madeirenses. Longe vai o tempo de ouvir e calar! O que se disse e escreveu sobre o assunto? Vejamos uma curtíssima recensão de análises críticas publicadas (o leitor poderá aceder a uma versão mais extensa em www.ps.parlamento.pt) fora da Madeira: · PS-Açores "(os elogios) foram uma romagem humilhante de um alto responsável do Estado (…) e uma desconsideração desnecessária aos socialistas e democratas da RAM" · líder do Grupo Parlamentar do PS na Assembleia da República: "a posição do grupo parlamentar é a posição de sempre em relação ao funcionamento da democracia e aos seus desequilíbrios na Madeira…" · direcção do PS: continua a "criticar a política seguida por Jardim, até do ponto de vista da qualidade da democracia" (José Lello), além de declarações de Edite Estrela, Ana Gomes, Augusto Santos Silva, Vera Jardim entre outros · outro socialista, Pedro Adão e Silva, escreve no Diário Económico, de 8 de Abril: "Somos todos livres de dizer o que bem nos aprouver sobre João Jardim, o que é difícil de compreender é que alguém que, entre todos os actores políticos portugueses, fez das declarações mais violentas sobre o presidente do Governo Regional, venha agora dizer exactamente o seu contrário, sem mais explicações".
· "...estarmos perante um exercício de puro gáudio pela provocação política, o que em Gama não se deve excluir. Outra (hipótese) é ele ter algum desígnio político que o induza a descolar do PS. E aqui ocorre perguntar: o que pode almejar alguém que já é a segunda figura do Estado se não tornar-se a primeira?" (Fernando Madrinha, Expresso, 5 de Abril) Diz o madeirense Vicente Jorge Silva (Semanário Sol, 5 de Abril): "… que coisa mais irónica pode haver do que saudar um homem que encarna um poder autocrático que é a negação das liberdades democráticas e enaltecer a ditadura do betão que ameaça transformar a Madeira num estaleiro de negócios obscuros que desfiguram uma fabulosa paisagem natural e comprometem irremediavelmente o futuro económico da região?".
Da minha parte subscrevo o essencial das críticas feitas e louvo a indignação que tantos exprimiram. Sinal de que na democracia portuguesa ainda há valores, princípios, sentimentos, alma. Que o pragmatismo e a realpolitik ainda não destruíram tudo e todos.
Continuo a observar aqueles visitantes que avaliam a 'obra de Jardim' pela sua passagem pelo aeroporto, pelas vias rápidas, pontes e túneis, pelos excelentes hotéis da Região, por um mergulho no mar e um barbecue na piscina do hotel, por uma passagem pela Quinta Vigia. A esses visitantes digo-lhes que o julgamento da governação de Jardim será um dia feito tendo no seu activo a 'obra física' do regime, sem dúvida, mas no seu passivo o endividamento gigantesco, os indicadores sociais negativos, um capital humano desvalorizado e uma economia pouco competitiva, os atentados à natureza e ambiente e a qualidade da democracia e da vida cívica. E dir-lhes-ei também que as belezas supremas da Madeira são bem mais antigas do que Jardim… Ou, voltando ao alfabeto grego, Alberto João não é o alfa e o ómega da história da Madeira…
o vira casacas
Alberto João Jardim "esqueceu" as quezílias com o "sr. Silva" e recebe a partir de segunda-feira o "amigo Cavaco", na a primeira visita oficial à Madeira enquanto presidente da República.
E tem vergonha de o levar até à nossa Assembleia, por causa da má figura de alguns deputados!!!!
Já somos dois. É que aqueles coitos e os muitos ramos daninhos que por lá abundam não abonam em nada a imagem da nossa terra.
Etiquetas: e o passeio do presidente
Guido Gomes
Mau atendimento no Hospital do Funchal
Data: 13-04-2008
É por demais lamentável o tipo de tratamento a que os idosos estão sujeitos nas Urgências do Hospital Distrital do Funchal. Vem isto a propósito do tempo de espera de uma determinada situação que ocorreu há duas semanas quando uma senhora idosa, acompanhada de uma irmã esteve três horas e meia a aguardar numa cadeira de rodas para ser atendida. Após tanta insistência a senhora foi finalmente atendida. Na altura a sua irmã reclamou ao médico de serviço que a paciente estava tão mal disposta que mal aguentava a cabeça. O médico respondeu ''a sua irmã não está de urgência!''. A senhora acompanhante respondeu: ''se não está de urgência então onde é que ela está?''. Após a auscultação do médico este disse-lhe que os medicamentos eram fortes e que competia ao médico da senhora receitar novos medicamentos.
A senhora com fracos recursos, e preocupada com a situação, teve mesmo de pedir auxílio financeiro a um familiar, e deslocou-se no dia seguinte a um outro médico que não o habitual, pois, se os medicamentos estavam mal prescritos, não fazia sentido ir ao mesmo médico que lhe provocou uma ida às urgências, no centro médico aonde se deslocou, não só receitaram novos medicamentos como realizaram uma série de exames, entre eles um TAC. É importante dizer que esta senhora sobrevive com uma pensão mínima e foi com grande dificuldade que recorreu ao privado. Onde está o Estado Social na Região? Eu questiono onde é que está a ética e o profissionalismo do médico que a assistiu nas Urgências? Parece que a saúde só funciona a troco de dinheiro e no envio de "potenciais clientes" aos amigos do privado!? Infelizmente nós só sabemos que estamos mal de Saúde quando precisamos dela, idas ao médico de família, só se forem planeadas e não quando a vontade aperta, nas urgências até parece que determinados profissionais de saúde se esquecem que ninguém escolhe ou decide quando se vai sentir mal, e de forma que até parece orquestrada, transformam o sofrimento de alguém no lucro de outros.