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A arte da guerra


Esta gente perdeu completamente a cabeça. Ameaça. Insulta. Grita. Vitupera. Como se não houvesse amanhã. Ou como se a razão tivesse cedido definitivamente o passo à grosseria da intolerância e ao primarismo da irracionalidade. Oxalá me engane. Mas os níveis de agressividade do discurso político atingiram entre nós um ponto de tal modo elevado que isto um dia acaba mal.
É claro que não é novidade para ninguém que há na política madeirense uma assinalável sedução pelo calor desregrado do destempero. Seja devido à latitude que temos. Seja por causa do capacete que nos turva a vista e comprime as meninges. Ainda assim, convenhamos. As coisas têm descambado para um plano em que se torna urgente a profilática procura de um outro tipo de explicações. Sob pena de, um dia destes, nos vermos todos envolvidos num imenso arraial de tapona colectiva sem percebermos muito bem porquê.
O que hoje se viu no parlamento é mau de mais para poder ser aceite ou até mesmo descrito. Só faltou a agressão física. Só terão faltado os tiros. Mas lá tivemos o pior do ambiente de taberna. Lá tivemos a gritaria de quem acha que a política é a arte da guerra.
Eu suspeito que as coisas devem ter corrido mal ao dr. Jardim na sua mais recente excursão a Lisboa. Ouviu certamente das boas. Se não de Silva Pereira, pelo menos de Cavaco Silva. E, o que é pior, deve ter ouvido em silêncio. Como é próprio dos que sabem ser desmesuradamente fortes com os fracos e miseravelmente fracos com os fortes. Deverá ter trazido, em suma, demasiadas coisas entaladas na garganta. E como só é capaz de remir os desaforos em casa, vá de espernear em público, vá de arremeter contra quem não tem nem o tempo nem os meios para lhe responder à medida. Verdadeiramente heróico, senhor presidente. Como se sabe, aliás, que é seu timbre.
Não nos enganemos, porém. O dr. Jardim semeia a irracionalidade, mas fá-lo de forma planeada. Apela aos instintos, é certo. Porém, mede muito bem onde pretende chegar. O insulto, para ele, não passa de um instrumento. Do mesmo modo que a ameaça não passa de um meio. O que ele quis, com o seu execrável discurso de hoje, foi dizer aos berros a Lisboa que aqui quem manda é ele. Deixando, ao mesmo tempo, aos que vivem nesta terra, mais uma eloquente mensagem de que, enquanto por cá andar, a política não há-de passar da coisa insalubre e rasteira que todos televimos sem edição nem bola vermelha ao canto.
Bernardino da Purificação


Comentários

MMV disse…
Gostaria que fosse ao jantar de blogues no próximo dia 22!
Anónimo disse…
Resumo do Orçamento da Região Autónoma da Madeira para 2009 (ORAM09):

Vamos pedir um empréstimo para pagar os juros dos empréstimos que contraímos.
loooooooooooooool. Convido-vos a aparecerem nisto:

bELA, banda americana intérprete de tema dos Morangos com Açúcar dá concerto na FNAC Madeira dia 20 de Dezembro, às 20h
Graças ao Miradouro.pt, à FNAC Madeira e ao Hotel Jardins da Ajuda, em estreia em Portugal, bELA, a banda do tema "Do you Care" da série Morangos com Açúcar, da TVI, vem à Madeira dar um concerto de entrada gratuita com o objectivo de angariarmos donativos de bens alimentares para oferecermos à Cáritas do Funchal.
Apareçam e tragam bens alimentares não perecíveis como massa, arroz, enlatados, cereais e coisas semelhantes com prazos de validade longos.
Aproveitem esta oportunidade única de verem uma banda internacional fantástica, comprarem o seu CD autografado que será posto à venda na Madeira no mesmo dia e de contribuirem para esta nobre causa!

Site da banda: www.belamusiconline.com

Leia a Press Release com uma entrevista exclusiva à banda aqui:
www.miradouro.pt/docs/Prel_Bela-Miradouro-pt-12122008.pdf

Faça download da promo do concerto aqui:
www.miradouro.pt/docs/Spot-Concerto-Bela-2008-web.mp3

As fotos do concerto serão posteriomente publicadas aqui:
www.miradouro.pt/galeria/main.php?g2_itemId=8755

Fonte: Miradouro
Alexandro Pestana ( DJ_Alex ).

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