DESMONTANDO A NÃO NOTÍCIA

O IVA na Madeira e nos Açores e a importância de uma "notícia"
Nota: Não é bem assim. A Madeira não perde nada da sua receita de IVA. As receitas de IVA na Madeira até aumentaram, como confirma a peça. O que há é uma diferença na compensação a atribuir às regiões por parte do Estado.
O que não é, convenhamos, novidade. Este tema foi discutido durante todo o ano de 2006 e parte de 2007. As justificações do Governo da República são sobejamente conhecidas e os contra-argumentoss do Governo Regional também. Há quem concorde e há quem discorde.
Na minha opinião, não há nenhuma notícia, isto porque os factos relatados não acabaram de acontecer, não são novidade e já foram tratados noutros órgãos de comunicação social. Portanto a "notícia" não é propriamente sobre o IVA, é sobre a antecipação da estratégia do PSD-Madeira na Assembleia da República e a explicação dos argumentos a serem usados, chegando ao pormenor de dizer quem vai falar.
Não sei se era essa a intenção, admito que assim não seja, mas toda esta "notícia" e o destaque dado à mesma cumpre uma fase crucial de qualquer plano de propaganda política, que é a preparação das pessoas para aceitarem a mensagem que um determinado partido quer passar. E a mensagem a passar é clara: "O PS prejudica a Madeira". Quando hoje à noite a intervenção do deputado do PSD passar na RTP-Madeira e depois amanhã quando for reproduzida pelas rádios e jornais terá um impacto muito maior nos receptores, e isto porque os mesmos foram previamente preparados para "perceberem o que está em causa". Ou seja, foi criada a predisposição para receber a mensagem e assimilá-la. Esta forma de propaganda é tanto mais eficaz porquanto o receptor não percebe que está a ser alvo da mesma, ou seja que existe um fim específico de obter um predisposição para ouvir uma mensagem política, criar simpatia por um partido e, em última análise, ganhar o seu voto.
De uma forma geral, o modo de fazer propaganda através da comunicação social, mantendo a ideia de que se trata de informações neutras e apenas a descrição de factos ocorridos, quando na verdade as notícias são selecionados e interpretadas para promover determinado ponto de vista, é muito poderoso e esficaz. Porque desta forma as pessoas estão obrigadas a conhecer apenas alguns aspectos da realidade e não lhes resta alternativa senão pensar e agir de acordo com essa ideia dominante. O que leva-as a agir de forma imposta, mesmo estando convencidas que estão a agir livremente.

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