PS venceu em todas as ilhas com maioria absoluta inferior a 2004
20.10.2008, Tolentino de Nóbrega
BE e PPM estreiam-se no parlamento regional, ao qual regressa o PCP. Com o pior resultado de sempre, Costa Neves abandona a liderança do PSD
O PS de Carlos César conquistou ontem a sua quarta maioria absoluta consecutiva nos Açores com a maior diferença percentual (20 pontos) em relação ao PSD. O partido de Costa Neves registou percentualmente o seu mais baixo resultado, embora com o mesmo número de mandatos de 2000. Pela primeira vez na história da autonomia açoriana, o partido vencedor ganhou nas nove ilhas, ao conquistar o último reduto social-democrata de São Jorge. Graças à alteração do sistema eleitoral, o novo parlamento açoriano, com a entrada do Bloco de Esquerda (BE) e do PPM e o regresso do PCP, atinge uma pluralidade partidária sem precedente, com seis forças políticas.Entre os pequenos partidos, os grandes vencedores foram o CDS/PP e o BE. Sob a chefia de Artur Lima, os populares atingiram o recorde de deputados, cinco, quando tinha actualmente dois (eleitos pela coligação com o PSD), um dos quais passou a independente a meio do mandato. Os bloquistas, sob a liderança de Zuraida Soares, conseguiram dois deputados pelo círculo de compensação e passa a quarta força política, ultrapassando o PCP, que volta a ter um deputado, como entre 1984 e 1996.Os pequenos partidos beneficiaram indirectamente do círculo regional de compensação, pois, com esta novidade do sistema eleitoral açoriano, deixou de funcionar o "voto útil" nos dois maiores partidos em círculos eleitorais onde os pequenos partidos não tinham hipótese de eleger deputados. Isso explica que o PS e o PSD tenham perdido, cada, um mandato relativamente ao parlamento cessante. Os socialistas baixaram de 31 para 30 deputados e o PSD de 19 para 18. Por este novo círculo entraram, além dos dois deputados do BE, um do PSD, um do CDS e o representante único da CDU. Com entrada directa, uma das grandes surpresas surgiu na ilha do Corvo, onde o PPM conseguiu eleger o seu líder regional Paulo Estêvão, por uma diferença mínima de cinco votos em relação ao CDS/PP, partido que apostava no regresso do substituto do célebre carteiro João Greves, o deputado--charneira em 1996 devido ao empate de deputados (24) entre o PS e PSD no parlamento. O resultado negativo obtido pelo PSD em São Miguel, uma derrota abaixo da média regional e a um nível até agora não alcançado nesta ilha, poderá pôr em causa o futuro político da cabeça de lista por este círculo, Berta Cabral, como alternativa ao líder regional. As próximas eleições autárquicas constituem para a presidente da Câmara de Ponta Delgada uma oportunidade de confirmação. O grande derrotado das eleições açorianas - com a pior votação de sempre (27.309 votos), abaixo do mínimo alcançado (32.642) em 2000 -, Costa Neves, anunciou ontem a sua demissão da presidência do PSD. Ao reconhecer não ter atingido o objectivo traçado, o de ganhar as eleições, Neves garantiu ontem que a partir de agora "nada será como antes, quer no Governo, quer na oposição". Vencedor das eleições, embora com resultado abaixo de 2004, Carlos César destacou a "grande vitória" com 20 pontos de vantagem para os sociais--democratas e o "pleno" nas nove ilhas. O líder açoriano atribuiu "parte da vitória" ao secretário-geral e primeiro--ministro, José Sócrates.
BE e PPM estreiam-se no parlamento regional, ao qual regressa o PCP. Com o pior resultado de sempre, Costa Neves abandona a liderança do PSD
O PS de Carlos César conquistou ontem a sua quarta maioria absoluta consecutiva nos Açores com a maior diferença percentual (20 pontos) em relação ao PSD. O partido de Costa Neves registou percentualmente o seu mais baixo resultado, embora com o mesmo número de mandatos de 2000. Pela primeira vez na história da autonomia açoriana, o partido vencedor ganhou nas nove ilhas, ao conquistar o último reduto social-democrata de São Jorge. Graças à alteração do sistema eleitoral, o novo parlamento açoriano, com a entrada do Bloco de Esquerda (BE) e do PPM e o regresso do PCP, atinge uma pluralidade partidária sem precedente, com seis forças políticas.Entre os pequenos partidos, os grandes vencedores foram o CDS/PP e o BE. Sob a chefia de Artur Lima, os populares atingiram o recorde de deputados, cinco, quando tinha actualmente dois (eleitos pela coligação com o PSD), um dos quais passou a independente a meio do mandato. Os bloquistas, sob a liderança de Zuraida Soares, conseguiram dois deputados pelo círculo de compensação e passa a quarta força política, ultrapassando o PCP, que volta a ter um deputado, como entre 1984 e 1996.Os pequenos partidos beneficiaram indirectamente do círculo regional de compensação, pois, com esta novidade do sistema eleitoral açoriano, deixou de funcionar o "voto útil" nos dois maiores partidos em círculos eleitorais onde os pequenos partidos não tinham hipótese de eleger deputados. Isso explica que o PS e o PSD tenham perdido, cada, um mandato relativamente ao parlamento cessante. Os socialistas baixaram de 31 para 30 deputados e o PSD de 19 para 18. Por este novo círculo entraram, além dos dois deputados do BE, um do PSD, um do CDS e o representante único da CDU. Com entrada directa, uma das grandes surpresas surgiu na ilha do Corvo, onde o PPM conseguiu eleger o seu líder regional Paulo Estêvão, por uma diferença mínima de cinco votos em relação ao CDS/PP, partido que apostava no regresso do substituto do célebre carteiro João Greves, o deputado--charneira em 1996 devido ao empate de deputados (24) entre o PS e PSD no parlamento. O resultado negativo obtido pelo PSD em São Miguel, uma derrota abaixo da média regional e a um nível até agora não alcançado nesta ilha, poderá pôr em causa o futuro político da cabeça de lista por este círculo, Berta Cabral, como alternativa ao líder regional. As próximas eleições autárquicas constituem para a presidente da Câmara de Ponta Delgada uma oportunidade de confirmação. O grande derrotado das eleições açorianas - com a pior votação de sempre (27.309 votos), abaixo do mínimo alcançado (32.642) em 2000 -, Costa Neves, anunciou ontem a sua demissão da presidência do PSD. Ao reconhecer não ter atingido o objectivo traçado, o de ganhar as eleições, Neves garantiu ontem que a partir de agora "nada será como antes, quer no Governo, quer na oposição". Vencedor das eleições, embora com resultado abaixo de 2004, Carlos César destacou a "grande vitória" com 20 pontos de vantagem para os sociais--democratas e o "pleno" nas nove ilhas. O líder açoriano atribuiu "parte da vitória" ao secretário-geral e primeiro--ministro, José Sócrates.
Comentários