SALÁRIO MÍNIMO NACIONAL:PSD-Porto demarca-se da líder do partido
30.10.2008, Margarida Gomes
Em clara divergência com Manuela Ferreira Leite, o líder do PSD-Porto, Marco António Costa, veio aplaudir a intenção do Governo de aumentar para 450 euros mensais o salário mínimo nacional em 2009, declarando mesmo aquele valor "sabe a pouco". "É verdade que a líder do PSD disse que o aumento do salário mínimo é uma medida não sustentável. Mas o líder da distrital do PSD-Porto também tem vontade própria e pensamento próprio." "Na minha região, é muito importante que o salário mínimo aumente", defendeu Marco António Costa em entrevista ao Rádio Clube Português (RCP). Posição bem diferente tem a presidente social-democrata. Manuela Ferreira Leite já veio dizer que o anúncio feito pelo primeiro-ministro "roçou o nível da irresponsabilidade", devido à actual conjuntura económica. "Eu se estivesse no lugar do primeiro-ministro não teria feito esse anúncio desde já, não quer dizer que não o tentasse executar, mas não o faria com um ano de antecedência", declarou a líder, num encontro com empresários. Afirmando que "numa situação tão difícil como a que se vive hoje, aquilo que seria natural e expectável é que existisse uma maior ambição por uma política salarial, não só para a função pública, como também para o sector privado", o líder da maior distrital do PSD considera que "não haverá nenhum português que não concorde" com o aumento. E mostra a sua disponibilidade para "influenciar tudo e todos para que aquela medida avance e seja melhorada, se possível". Indiferente ao que pensa a líder, o vice-presidente da Câmara de Gaia argumenta que "o que está em causa é salvaguardar aquilo que é a dignidade mínima das pessoas" e "quem trabalha na região Norte fá-lo com grande afinco porque na sua mente paira sempre o espectro do desemprego".Já Luís Filipe Menezes, em declarações à agência noticiosa Lusa, vai mais longe, acusando a direcção de Manuela Ferreira Leite de estar a "enterrar" o partido e de demonstrar "uma enorme incapacidade de gestão política". "Num momento em que temos muitos portugueses a viver abaixo dos níveis mínimos de dignidade, questionar um aumento do salário mínimo de algumas dezenas de euros é de uma insensibilidade política levada ao extremo do que é quantificável", afirmou Menezes.
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